22.3.07

Oficina de Teatro Terapêutico

Vai acontecer em Aveiro, no espaço do Gretua, nos dias 31 deMarço, 14 e 21 de Abril, das 15 às 19.

O formador (ou facilitador) chama-se Celso Teixeira e é licenciado em Terapêutica Ocupacional, Pós graduado em Reabilitação e Inserção Social e sócio da Sociedade Portuguesa de Psicodrama.

A oficina custa 25 euros.

As inscrições podem fazer-se até sexta, dia 23, na Casa Municipal da Juventude.

(número máximo de participantes:16)

Promete ser interessante!

Nem sempre podemos dizer que não acontece nada por estas bandas...

Por mjoaoregala

Dia Mundial da Poesia

Hoje faz um frio de Inverno, apesar de estar estabelecido que se inicia a estação das flores.

Hoje comemora-se o Dia da Árvore, estafada convenção, num mundo onde todos os dias se destrói floresta e se ergue betão sem contemplações.

Hoje é também o Dia Mundial da Poesia. Paramos, para ler um poema?

De Herberto Helder:

" Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.

Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.

Falo, penso.

Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.

E a morte passa deboca em boca com a leve saliva, com o terror que há sempre

no fundo informulado de uma vida.



Sei que os campos imaginam as suas próprias rosas.

As pessoas imaginam os seus próprios campos de rosas.

E às vezes estou na frente dos campos

como se morresse;

outras, como se agora somente

eu pudesse acordar.



Por vezes tudo se ilumina.

Por vezes sangra e canta.

Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.

Que a loucura tem espinhos como uma garganta.

Eu digo: roda ao longe o outono

e o que é o outono?

As pálpebras batem contra o grande dia masculino

do pensamento.



Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.

Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.



-Era uma casa- como direi?-absoluta.



Eu jogo, eu juro.

Era uma casinfância.

Sei como era uma casa louca.

Eu metia as mãos na água: adormecia, relembrava.

Os espelhos rachavam-se contra a nossa mocidade.



Apalpo agora o girar das brutais,

líricas rodas da vida.

Há no meu esquecimento, ou na lembrança total das coisas

uma rosa com uma alta cabeça,

um peixe como um movimento rápido e severo.

Uma rosapeixe dentro da minha ideia

desvairada.

Há copos, garfos inebriados dentro de mim.

-Porque o amor das coisas no seu tempo futuro

é terrivelmente profundo, ´s suave,

devastador.(...)"

in Ou o Poema Contínuo, Assírio e Alvim

Por mjoaoregala

13.3.07

Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica

Como é do conhecimento geral, há cerca de um ano nasceu a SPPP que, entre outras coisas, desenvolveu um plano de formação teórica e clínica para psicoterapeutas de orientação psicanalítica.

A SPPP é encabeçada pela Dra. Ana Vasconcelos, e conta com o Professor Amaral Dias como responsável pela Comissão de Ensino.

Neste momento, estão abertas as inscrições para o primeiro ano de formação ( segundo grupo). A avaliar pelo ano passado, vale muito a pena. Os seminários teóricos proporcionam um encontro rico e participado de técnicos da saúde mental, e ajuda-nos a consolidar saberes e a pensar a nossa prática como psicoterapeutas.

Como diz o Professor Amaral Dias, "não há intuição sem conhecimento".

Para os interessados, a informação mais relevante consta do site da SPPP: www.sppp.pt

Por mjoaoregala

12.3.07

1,5 por cento!!!

1,5 por cento da população portuguesa tem acesso a serviços públicos de saúde mental, é o que noticia hoje o jornal "Público". 1,5 por cento, repito. O senhor ministro, apoiado por mais uma Comissão que vai estudar o assunto, propõe resolver este "problema de acessibilidade grave" em 10 anos.

O que é que se andou a fazer até agora??? A última reforma fez a "descentralização" que não descentrou coisa nenhuma, pois continua tudo concentrado em Lisboa, Porto e Coimbra. Mais recentemente, correu o boato do fecho dos hospitais psiquiátricos. Só espero que não fechem, sem estarem criadas verdadeiras condições para as pessoas que foram afastados do mundo há muito tempo. Agora, fala-se pela milésima vez nos serviços de proximidade, nos serviços prestados na comunidade, na integração nos cuidados de saúde primários. O meu mais sincero desejo é que isso se concretize de facto, com equipas multidisciplinares (não é possível de outra forma), com todas as classes profissionais igualmente dignificadas. E rápido, senhor ministro!

Por Adriana Curado