26.7.07

Teatro do Oprimido

O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes - promove uma Oficina de Teatro do Oprimido, à volta de histórias de precariedade e recibos verdes. A apresentação pública do trabalho ocorrerá, sexta-feira, dia 27, a partir das 22h30, no Porto, Praça dos 'Leões' (em frente ao Piolho).

Para mais informação:

grupoferve@gmail.com

http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com/

17.7.07

Intervenção Precoce em risco

A Intervenção Precoce (IP) é uma medida de apoio integrado às crianças e famílias em risco, que tem como missão promover condições facilitadoras para o desenvolvimento da criança. Parte duma matriz comunitária, de intervenção no contexto natural da criança, para potenciar e reforçar competências familiares.

Ora, acontece que o governo se prepara para alterar este modelo de IP, reduzindo os apoios existentes às crianças com deficiência ou problemas graves de desenvolvimento e deixando de lado, mais uma vez, as crianças em "risco social". Isto é de tal forma vergonhoso que o coro de críticas não se fez esperar e ontem numa audição parlamentar, onde foram ouvidos vários especialistas sobre a matéria, registou-se a inquietação, indignação e preocupação.

"Preocupa-me muito que a IP seja limitada às crianças com deficiência. A minha experiência faz-me pensar que as crianças em risco social devem ser consideradas."
Armando Leandro, Presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco

"Se não se olha a tempo para situações menos graves, daqui a alguns anos elas vão engrossar a lista das necessidades que precisam de apoios mais especializados."
Teresa Brandão, Universidade Técnica de Lisboa


Tanto mais preocupante é o cenário, quando se sabe que em Abril deste ano a Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP) lançou em ofício um apelo, muito bem documentado, com uma série de dossiers, ao Primeiro Ministro, que pelos vistos o ignorou completamente.

Aí pode ler-se:

"Na ANIP estamos há vários meses muito preocupados com o possível retrocesso da IP, para modelos ultrapassados, centrados na criança e nos seus deficits, dirigidos apenas a situações ditas de deficiência e ignorando os benefícios cientificamente provados de uma intervenção, o mais precoce possível, em situações de alto risco, concretamente ambiental, a ser desenvolvidos nas Instituições e não nos contextos naturais, inseridas nas rotinas da criança e da família."

Há por certo muitas melhorias a introduzir no actual modelo de IP, sobretudo ao nível da operacionalização e implementação efectiva, mas parece que nenhuma delas chamou à atenção do governo, apesar dos estudos e recomendações várias. O que se limita a fazer é a desvirtuação completa do modelo e a deixar à sua mercê aqueles que estão mais desprotegidos socialmente.

Como foi dito no Encontro "Pensar a Intervenção Precoce" (2002), "só a inovação a nível da formação, a implementação e difusão de modelos adequados, a colaboração/ coordenação entre serviços, a investigação e uma maior ligação entre investigadores e os profissionais do terreno permitirá um aumento da qualidade da intervenção precoce em Portugal".


9.7.07

Lares para surdos

Não sei especificar o canal de televisão nem o dia em que pude ver esta reportagem sobre a surdez , a cegueira e as estruturas existentes em Portugal para a A.P.S. ( Associação Portuguesa de Surdos) e para a A.C.A.PO. ( Associação de Cegos e Amblíopes Portugueses). Mas fiquei mais desperta para alguns entraves que não parecem ter justificação e que constituem verdadeiros pesadelos para as pessoas que possuem estes handicaps.
Um deles, descrito pela técnica de serviço social da A.P.S. , Dora Fernandes, é a inexistência de um lar para surdos em Portugal. Como e com quem comunicar quando não existe a possibilidade de chegar à fala com os que nos rodeiam? Não será já demasiado violenta a transição para a terceira idade, a separação dos amigos e familiares, a adaptação à vida em contexto institucional, a formatação das rotinas, o sentimento de que há uma série de coisas que ficaram irremediavelmente para trás?
Neste momento, a A.P.S. bate-se pela criação de alas para surdos em alguns lares. Não sendo a solução ideal, seria pelo menos a possibilidade de não deixar estas pessoas à mercê de um isolamento tão brutal quanto escusado, já que comunicar, criar laços, continuar a interagir com o meio que nos rodeia deveria ser um direito inalienável.
É preciso estarmos mais atentos. E exigirmos.

6.7.07

Ferramentas


Guia de Recursos na Área da Violência Doméstica

É uma ferramenta extremamente útil, que pode dar um enorme apoio à intervenção dos técnicos neste problemática. Contém um levantamento exaustivo de todas as instituições especializadas ou não, públicas e sociais que de alguma forma contribuem para uma resposta global à violência doméstica. A informação vai desde a saúde, ao apoio judiciário, ao acolhimento, aos gabinetes médico-legais, à educação, à formação ou às medidas de emprego. Além disso, os recursos estão organizados por distrito, o que facilita imenso a pesquisa.

O guia pode ser consultado aqui.

Violência doméstica

Números de 2006

39 mulheres morreram às mãos dos maridos
20 595 ocorrências registadas pelas forças de segurança
87% de vítimas do sexo feminino e 13% do sexo masculino
o homicídio conjugal representa 16,4% do homicídio geral

Dados apresentados hoje pela Presidente da Comissão para a Igualdade, Elza Pais, num seminário do Conselho da Europa.

3.7.07

Por outro estatuto

É bem conhecida a situação dos bolseiros de investigação em Portugal. Usados abusivamente para garantir necessidades permanentes das instituições, não gozam dos mesmos direitos que os demais trabalhadores. Sem contrato de trabalho e sem segurança social.

Manifesto da Associação de Bolseiros de Investigação Científica


Acho que vale a pena assinar.

2.7.07

Bem pensado

"Não percebo toda esta polémica em relação às IVG´s não pagarem taxas moderadoras. Penso que alguns ganhariam muito em estudar a lógica aristotélica:

As grávidas não pagam taxas moderadoras.
As mulheres que fazem interrupção da gravidez são grávidas.
Logo,
As mulheres que fazem interrupção da gravidez não pagam taxas moderadoras."

Desviado da Psiquiatrização da Vida Quotidiana. Um blogue interessante.