27.3.08

"Simplex" à escala local

Há coisas que não lembram o diabo. Não vou estar com grandes teses, porque o disparate é evidente. Com o argumento de não ter ainda conseguido desenvolver mecanismos para passar recibos das senhas de alimentação dos alunos das escolas de Aveiro,o sr vereador, por quem até tenho alguma simpatia (era um tipo porreiro nos tempos de liceu) decidiu que as mesmas senhas teriam que ser adquiridas presencialmente pelos familiares, nas instalções da Câmara Municipal (Centro Cultural e de Congressos),entre as 8 e as 16 horas.
Pressupõe, certamente, que as pessoas não trabalham, que todos moram mesmo ao lado da Câmra Municipal e que a todos sobra tempo para, sei lá, virem de S. Jacinto ( por exemplo) até à cidade para tratar dos almoços escolares da filharada.
Isto porque, até ver, não há alternativas. Se calhar, podíamos esboçar algumas.O que acham? Aceitam-se sugestões.


Maria João Regala

25.3.08


Ontem conheci um senhor sueco que me falou, de uma forma muito solta, como convinha ao ambiente de café em que nos encontrávamos, do sistema político em vigor na Suécia. Directrizes reguladoras do sistema de saúde, contribuições com linhas sociais orientadoras, etc.
Como de costume, porque passados anos já se pode considerar hábito, estas informações, aparentemente corriqueiras, deixaram-me aquele sempreigual zumbido e atordoamento para o qual não tenho mão nem ordem. E assim fiquei, deitando o assunto para o esquecimento, passadas as horas.

Hoje cedo, após o rápido mas substancial pequeno-almoço que sempre tomo, dei por mim a ler, fruto de uma escolha ao acaso, o seguinte artigo.

Um deputado certamente desocupado entregou no Parlamento uma proposta que me proíbe de furar a língua, a cavidade bocal, ou qualquer parte do corpo na proximidade de vasos sanguíneos, nervos e músculos.

Escreve Alexandra Lucas Coelho (A língua de Sócrates, Viagens com bolso em ípsilon, sexta-feira 21 de Março 2008)

(...)o desocupado deputado declarou que "o Estado tem obrigação de zelar pela saúde dos cidadãos".
Ele disse zelar? O Estado zela por serviços, por organismos, pelo cumprimento das leis, de acordo com a Constituição. No dia em que o Estado possa zelar por mim está na hora de mudar de Estado ou passar à luta armada. A liberdade do Estado acaba onde começa a minha liberdade, tal como a minha liberdade acaba onde começa a dos outros. (...) bastou algum impacto e na segunda-feira o PS já admitia voltar atrás. (...)
Mas quanto tempo e dinheiro públicos gastos. (...)
É em nome de cada vida que o Estado existe. Uma vida será sempre maior do que o Estado e o bom Estado é aquele que não sabe o que faço com a minha vida.


E termino as leituras, no referido torpor e azamboamento, sem saber muito bem...
Se o Estado somos nós, onde é que nós estamos enquanto tudo isto decorre?

22.3.08

Festa da Primavera e Dia Mundial da Poesia

Quando estudava em Coimbra, neste dia saía-se para a rua com flores no cabelo e comia-se cá fora, em festa. A poesia não se procurava nos livros porque estava ali mesmo, confundida com tudo. Já na altura gostava do Manoel de Barros, mas ouvia-o da boca de amigos, não o conhecia editado nem exposto na zona de destaque da Fnac.

Hoje, trago debaixo do braço este 'Compêndio para uso dos pássaros'. A poesia da rua habita cada página.




'POESIA


A poesia está guardada nas palavras- é tudo o que

eu sei.

Meu fado é o de não saber quase tudo.

Sobre o nada eu tenho pofundidades.

Não tenho conexões com a realidade.

Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.

Para mim poderoso é aquele que descobre as

insignificâncias (do mundo e as nossas).

Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.

Fiquei emocionado e chorei.

Sou fraco para elogios.'


( Manoel de Barros )





Maria João Regala

20.3.08


- Gostaste?
- Não é coisa de que se goste ou não - disse ela. - É o teu pai que aparece nela (história)?
- Sim.
- Isto foi quando deixaste de o amar?
- Não. Sempre o amei. Isso foi quando o passei a conhecer.

O Jardim do Éden, Ernest Hemingway

19.3.08


"Hola,
el jueves 27 de marzo, último jueves de mes, nos encontraremos de nuevo
en el Bar Horiginal (C/Ferlandina 29) a las 20.00h para el segundo
encuentro sobre La sociedad terapéutica.

"Además, en esta ocasión el encuentro se enmarca en el contexto de unas
Jornadas (Territorios de la terapia, 26-30 de marzo) que han organizado
los compañeros que han desarrollado la investigación en la Unidad
Terapéutica de la cárcel de Villabona (Asturias). Mandamos el cartel
adjunto y os animamos a participar en ellas."

27 marzo: Cárceles Terapéuticas
La expansión de los mecanismos tradicionales del poder ha traspasado las
instituciones tornándose difusa la diferencia entre el dentro y el
fuera. En este contexto emerge la terapia como nuevo mecanismo de
gobierno en el espacio carcelario. Se trata de reprogramar al sujeto
interno mediante la anulación de su biografía, lo que conlleva, antes
que nada, la aceptación de su culpabilidad. De esta manera, mediante la
gestión del tiempo, la participación en los talleres, la autoimplicación
en el funcionamiento del centro, se consigue reconstruir una
personalidad dócil y adaptable que será fácil de reinsertar. En la
cárcel terapéutica “una vida” no es sólo encerrada sino que también es
colonizada por una intervención que se extiende hasta lo más íntimo. Las
relaciones personales y familiares son consideradas instrumentos
terapéuticos fundamentales, por lo que se ejerce sobre ellas una
vigilancia especial y estricta. ¿Es esta nueva cárcel un laboratorio de
los mecanismos de control y de producción de subjetividad, que luego se
aplicarán a la sociedad en su conjunto? ¿Qué relación tiene la terapia
carcelaria con la terapia en la vida?

- Blog de los encuentros: www.trobadesespaienblanc08.blogspot.com
- Resumen del encuentro anterior:
http://trobadesespaienblanc08-2.blogspot.com/search?updated-max=2008-02-08T1
8%3A01%3A00%2B01%3A00&max-results=8

5.3.08

The Evolution of a Stereotype


"Only men should be president because they are smarter than girls."

"So how does a 7-year-old develop a stereotypical attitude that boys are smarter than girls? Bigler has identified four circumstances that lead to stereotyping and prejudice.
The first component is a child's ability to visibly detect differences. This explains why children tend to form stereotypes based on race and gender, but not religion or political affiliation.
"Children focus on what they can see," Bigler explains. "They're more likely to judge a person on their hair color or age, rather than their personal beliefs and opinions."
The second component is minority status. In one study, Bigler randomly separated a class into two groups. She gave the larger group blue T-shirts. She gave the second group, consisting of only two or three children, red T-shirts. The children in red T-shirts were far more likely to want to change groups than their peers who wore blue T-shirts.
"Children are acutely aware of, and uncomfortable about, being outnumbered, even if they are separated by something as meaningless as a T-shirt color," Bigler says. "And children in the minority group sought each other’s company, becoming close friends in almost every classroom."
The third component involves explicit labeling of different groups. For instance, a teacher's greeting of "Good morning, boys and girls," or an instruction to sit "boy, girl, boy, girl" reinforces group differences. According to Bigler, children attach particular importance to something when adults label it.
Finally, implicit segregation often leads to stereotypes and bias. In the T-shirt experiment, children in classes with only red or blue T-shirts demonstrated more stereotypical opinions about their peers than did children in integrated classrooms with both red and blue T-shirts."
Dr. Rebecca Bigler

http://www.utexas.edu/features/2008/stereotypes/