26.11.08

IDENTIDADES À PROVA: JOVENS, PERTENÇAS, DUALIDADES E ANCORAGENS

Colóquio internacional
IDENTIDADES À PROVA: JOVENS, PERTENÇAS, DUALIDADES E ANCORAGENS
3 de Dezembro de 2008
Auditório B 204 Edifício 2 ISCTE
Entrada Livre
Para mais informações: http://iscte.pt/

25.11.08

"O QUE É QUE SE PASSA?"

Na semana de 25 de Novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres, o NTO-Porto estará com o Espectáculo de Teatro Fórum "O QUE É QUE SE PASSA?" nos seguintes locais:


DIA 25 / 21.00h - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

DIA 26
9.30h - Fafe, Praça 25 de Abril. Projecto Territórios_In - Serviço Social do Município de Fafe.
14.30h - Lamego, Teatro Ribeiro Conceição . 2º Ciclo de Jornadas de Prevenção "Violência Doméstica - Fenómeno Social".
14.30h - Coimbra, Escola Superior de Enfermagem. Projecto "(O) Usar e Ser Laço Branco" com a peça "Ainda me Conheces?" pelos Estudantes Educadores, com supervisão do NTO-Porto.

Dia 27 / 10.00h - S. João da Madeira - Auditório dos Paços da Cultura.

DIA 28 / 21.30h - Santiago de Compostela, Aula Multiusos da Residencia Universitaria Monteda Condesa, Campus Sur.

22.11.08

documentário “Bab Sebta”

A INDE – Intercooperação e Desenvolvimento e o Centro de Estudos Interculturais do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (CEI/ISPA)promovem a exibição do documentário “Bab Sebta”, seguido por um debate sobre migrações, no dia 27 de Novembro pelas 20:30. Esta iniciativa é organizada no âmbito do projecto da INDE: “Imagens do Sul”, enquadrado no seu programa de trabalho “Migrações e Desenvolvimento” (www.duplaoportunidade.org).
O evento terá lugar no Auditório 1 do ISPA, em Lisboa (Rua Jardim do Tabaco, nº 34).

14.11.08


“Queres, meu irmão, insular-te? Queres procurar o caminho que te guia a ti mesmo? Espera ainda um momento e ouve-me.
“O que procura, facilmente se perde a si mesmo.
Todo o insulamento é um erro”. Assim fala o rebanho. E tu pertenceste ao rebanho durante muito tempo.
Em ti também ainda há de ressoar a voz do rebanho. E tu pertenceste ao rebanho durante muito tempo.
Em ti também ainda há de ressoar a voz do rebanho. E quando disseres: “Já não tenho uma consciência comum convosco”, isso será uma queixa e uma dor.
Olha: essa mesma dor é filha da consciência comum e a última centelha dessa consciência ainda brilha na tua aflição.
Queres, porém, seguir o caminho da tua aflição, que é o caminho para ti mesmo? Demonstra-me o teu direito e a tua força para isso!
Acaso és uma força nova e um novo direito?
Um primeiro movimento? Uma roda que gira sobre si mesma? Podes obrigar as estrelas a girarem em torno de ti?
Ai! Existe tanta ansiedade pelas alturas!
Há tantas convulsões de ambição! Demonstra-me que não pertences ao número dos cobiçosos nem dos ambiciosos!
Ai! Existem tantos pensamentos grandes que apenas fazem o mesmo que um fole. Incham e esvaziam.
Chamas-te livre? Quero que me digas o teu pensamento fundamental, e não que te livraste de um jugo.
Serás tu alguém que tenha o direito de se livrar de um jugo? Há quem perca o seu último valor ao libertar-se da sua sujeição.
Livre de quê? Que importa isso a Zaratustra? O teu olhar, porém, deve anunciar-se claramente: livre, para quê?
Podes proporcionar a ti mesmo teu bem e o teu mal, e suspender a tua vontade por cima de ti como uma lei? Podes ser o teu próprio juiz e vingador da tua lei?
Terrível é estar a sós com o juiz e o vingador da própria lei, como estrela lançada ao espaço vazio no meio do sopro gelado da soledade.
Ainda hoje te atormenta a multidão; ainda conservas o teu valor e as tuas esperanças todas.
Um dia, contudo, te fatigará a soledade, se abaterá o teu orgulho e cerrarás os dentes. Um dia clamarás: “Estou só!”
Chegará um dia em que já não vejas a tua altura, e em que a tua baixeza esteja demasiado perto de ti. A tua própria sublimidade te amendrontará como um fantasma. Um dia gritarás: “Tudo é falso!”
Há sentimentos que querem matar o solitário. Não o conseguem? Pois eles que morram! Mas, serás tu capaz de ser assassino?
Meu irmão, já conheces a palavra “desprezo”? E o tormento da justiça de ser justo para com os que te menosprezam?
Obrigas muitos a mudarem de opinião a teu respeito; por isso te consideram. Abeiraste-te deles e, contudo, passaste adiante; é coisa que te não perdoam.
Elevaste-te acima deles; mas quanto mais alto sobes, tanto mais pequeno te vêm os olhos da inveja. E ninguém é tão odiado como o que voa.
“Como quereríeis ser justo para comigo! — assim é que deves falar. — Eu elejo para mim a vossa injustiça, como lote que me está destinado”.
Injustiça e baixeza é o que eles arrojam ao solitário; mas, meu irmão, se queres ser uma estrela, nem por isso os hás de iluminar menos.
E livra-te dos bons e dos justos! Agrada-lhes crucificar os que invejam a sua própria virtude: odeiam o solitário.
E livra-te ainda assim da santa simplicidade! A seus olhos não é santo o que é simples, e apraz-lhe brincar com fogo... das fogueiras.
E livra-te também dos impulsos do teu amor! O solitário estende depressa demais a mão a quem encontra!
Há homens a quem não deves dar a mão, mas tão somente a pata, e além disso quero que a tua pata tenha garras.
O pior inimigo, todavia, que podes encontrar, és tu mesmo; lança-te a ti próprio nas cavernas e nos bosques.
Solitário, tu segues o caminho que te conduz a ti mesmo! E o teu caminho passa por diante de ti e dos teus sete demônios.
Serás herege para ti mesmo, serás feiticeiro, adivinho, doido, incrédulo, ímpio e malvado.
É mister que queiras consumir-te na tua própria chama. Como quererias renovar-te sem primeiro te reduzires a cinzas?
Solitário, tu segues o caminho do criador: queres tirar um deus dos teus sete demônios!
Solitário, tu segues o caminho do amante: amas-te a ti mesmo, e por isso te desprezas, como só desprezam os amantes.
O amante quer criar porque despreza! Que saberia do amor aquele que não devesse menosprezar justamente o que amava?
Vai-te para o isolamento, meu irmão, com o teu amor e com a tua criação, e tarde será que a justiça te siga claudicando.
Vai-te para o isolamento com as minhas lágrimas, meu irmão. Eu amo o que quer criar qualquer coisa superior a si mesmo e dessa arte sucumbe”.
Assim falava Zaratustra(Primeira parte)
por Friedrich Nietzsche

11.11.08


Je déclare l'état de bonheur permanent
Et le droit de chacun à tous les privilèges.
Je dis que la souffrance est chose sacrilège
Quand il y a pour tous des roses et du pain blanc.
Je conteste la légitimité des guerres.
La justice qui tue et la mort qui punit,
Les consciences qui dorment au fond de leur lit.
La civilisation au bras des mercenaires.
Je regarde mourir ce siècle vieillissant.
Un monde différent renaîtra de ses cendres.
Mais il ne suffit plus simplement de l'attendre:
Je l'ai trop attendu. Je le veux à présent.
Que ma femme soit belle à chaque heure du jour
Sans avoir à se dissimuler sous le fard
Et qu'il ne soit plus dit de remettre à plus tard
L'envie que j'ai d'elle et de lui faire l'amour.
Que nos fils soient des hommes, non pas des adultes
Et qu'ils soient ce que nous voulions être jadis.
Que nous soyons frères camarades et complices
Au lieu d'être deux générations qui s'insultent.
Que nos pères puissent enfin s'émanciper
Et qu'ils prennent le temps de caresser leur femme
Après toute une vie de sueur et de larmes
Et des entre-deux-guerres qui n'étaient pas la paix.
Je déclare l'état de bonheur permanent
Sans que ce soit des mots avec de la musique,
Sans attendre que viennent les temps messianiques,
Sans que ce soit voté dans aucun parlement.
Je dis que, désormais, nous serons responsables.
Nous ne rendrons de compte à personne et à rien
Et nous transformerons le hasard en destin,
Seuls à bord et sans maître et sans dieu et sans diable.
Et si tu veux venir, passe la passerelle.
Il y a de la place pour tous et pour chacun
Mais il nous reste à faire encore du chemin
Pour aller voir briller une étoile nouvelle.
Je déclare l'état de bonheur permanent.
Georges Moustaki