27.6.07

Os filhos mais velhos são mais inteligentes???

Um estudo publicado na revista Science da semana passada, realizado por investigadores noruegueses conclui que os primogénitos alcançam uma pontuação mais alta nos testes de inteligência, sendo seguidos pelos irmãos sucessores, o segundo mais velho, o terceiro mais velho, etc.

Uma das razões apontadas como das mais importantes para o «mais velho» se desenvolva intelectualmente é o facto de, durante um certo período de tempo, não dividir a atenção dos pais com mais ninguém.

«O que conta é a posição social dos irmãos e não as diferenças biológicas entre eles», sustentam os responsáveis pelo estudo.

Há ainda outros especialistas que ligam a diferença do QI ao útero da mãe, porque, a cada gravidez, a mãe produz uma quantidade maior de anticorpos, que podem afectar o cérebro do bebé.


A discussão é sempre a mesma e é velha: o que medem afinal os testes de inteligência? Ter um QI muito alto é sinónimo de ser muito inteligente? Todas as inteligências podem ser medidas?

Outra discussão é a da importância da relação precoce (inquestionável hoje) que me parece implícita neste estudo. Mais concretamente da importância da afectividade no desenvolvimento das estruturas cognitivas. O filho mais velho teria (supostamente) mais atenção, mais cuidados, não partilharia o espaço... teria mais tudo e gastaria inclusivamente os recursos maternos, o que daria em mais aptidão para responder aos testes estandardizados.

Confesso que não li o artigo, apenas o que foi noticiado e, sem querer negar as inevitáveis diferenças entre irmãos, parece-me que o estudo em causa privilegiou mais a "quantidade" do que a "qualidade" das relações e dos QI's.

Fonte: Diário Digital



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