23.5.07

Namorar é preciso

No Público de 21 de Maio foi apresentado, sucintamente, o resultado de um trabalho feito na Universiade de Aveiro no domínio da gerontologia, mais precisamente da intimidade na terceira idade em regime institucional.
Os resultados apontam para as dificuldades , nomeadamente levantadas pelas próprias instituições na aceitação de relacionamentos afectivos ( leia-se amorosos )entre os seus utentes, e ainda para a pressão exercida sobre os mesmos para que "formalizem" as suas relações.Ou seja, para que se casem, ainda que para isso percam as pensões a que têm direito ou se vejam compelidos a formalizar o que afectivamente já é claro.
Estes resultados são uma triste evidência, e fizeram-me recordar o seminário "Velhos são os trapos" que organizámos na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra há mais de dez anos,onde uma animadora de um lar de terceira idade denunciou uma situação caricata: um casal de idosos havia sido convidado a saír do lar, após ter sido encontrado a ter relações sexuais, facto que pelos vistos era tido como indesejável e absolutamente proibido na instituição!!!
Felizmente há momentos em que a coragem impera. E, com ela, a possibilidade de decidir, subverter e tentar mudar. Porque namorar ( ainda que fortuitamente e contra a moral vigente) é bom e é preciso.



Maria João Regala #

( # devido à forma como foi criado este blog- não o sei explicar em linguagem informática- os posts têm aparecido como sendo publicados pelas Oficinas sem Mestre, sem indicar o seu autor. Sugiro que os assinemos, e desde já me responsabilizo pelo post de apresentação e também pelo " Desenvolvimento, oportunidade e mudança)

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