20.1.07

Criança em sofrimento: sinais de alerta em contexto escolar


No passado sábado, dia 13, ocorreu em Aveiro mais uma das Oficinas Sem Mestre, de seu nome "Criança em Sofrimento: sinais de alerta em contexto escolar".

A discussão surgida das reflexões apresentadas sobre o tema foram, para além de ricas, bstante motivadoras.

Um dos pontos que me ficou como central foi a existência ou não, no técnico envolvido no sistema de ensino, de uma vontade de implicação (motor interno para a acção e de pensamento - pensar o ensino para além do óbvio; a propósito das funções das equipas de pedagogia terapêutica, dizia Teresa Ferreira que se deve "pensar nos porquês da criança que não pensa").

Questiono-me sobre o que nos faz entrar nas funções que nos cabem, como técnicos de saúde mental, técnicos da pedagogia, do ensino (muitas vezes difíceis de identificar - "Quais são as minhas funções? O que é suposto eu fazer, o que é suposto esperar do outro?"). O que nos faz articular com os técnicos que nos envolvem e trabalham com o ensino e a criança? O que nos faz procurar respostas, verdadeiras respostas e sentido para o não sentido que abrange todas as questões sobre as dificuldades na aprendizagem, o sofrimento da criança na escola?

A necessidade de implicação pode surgir como um dos factores fundamentais, mobilizadores da construção de pontes entre os diferentes técnicos. Começando a noção de inter-ajuda entre professores e alargando o espectro de trabalho para os pedagogos, psicólogos, terapêutas da fala, assistentes sociais (i. é, todos os técnicos que trabalhem com cada uma das crianças que está para ser ou foi sinalizada por necessitar de ser alvo de intervenção). Considere-se assim implícita, a noção de necessidade de criação, formação e manutenção de equipas mulitidisciplinares.

Foram muitas outras considerações, as quais não me ocorrem no presente momento, mas que convido a quem na Oficina participou para as partilhar.

"Construindo um ensino de qualidade estamos a cuidar da criança e, acima de tudo, a cuidar da sociedade (...)". João dos Santos

Porque aprender aprende-se toda a vida, e a escola só faz sentido se quem a pensa perceber e tiver sempre presente que se aprende para se aprender a viver, como indivíduo, em sociedade.

Por Ana Lopes

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