23.10.09

A Língua Toda

As coisas, quando são muito belas, exigem dentro de mim algum silêncio.Por isso só hoje escrevo sobre A Língua Toda. Um festival da língua que se transfomou num laboratório de ideias e num verdadeiro encontro, digno de alguns momentos 'at one ment'...
Li algures que 'ver é ver sempre mais do que vemos'. E realmente há poucos lugares de onde se pode ver. Mais do que afinar o olhar, é preciso subir aos miradouros para espreitar o mundo. Senti-me intensamente etérea, de miradouro em midradouro, durante estes quatro dias de ininterrupta festa.
Terá para isto contribuído a minha natural apetência messiânica. Mas, muito mais do que isso, a presença de pessoas tão interessantes, com tantas estórias para contar, capazes de mobilizar as nossas mais adormecidas forças e,connosco, construír algo de novo. N'a Língua Toda, 1+1 foi muitas vezes igual a 3. Foi um prazer enorme estar envolvida em tudo isto, com os meus amigos das Oficinas Sem Mestre , da Alma Azul , de Lisboa e do mundo; alguns deles mesmo "de uma ilha muito...muito distante..."
Ao Zeca Medeiros e ao Raúl, à Joana, Edgar, Joana Patrício, Xani, Rui Pedro, Carolina, Rosário, Maria Manuel, Raquel Carrilho, Teresa Melo, Luís Madaíl, Paulinha, Mica, Ivar e Daniela, Ricardo Salazar, Zé Rui Martins, Leonel, Pedro Jordão, Mena, Maria José Sarabando e todos os amigos que se juntaram à volta deste projecto, um abraço com muita gratidão.

Para o Rui Pedro e para o Zeca (e também para o Raúl, que partilha deste universo), que ao nascer da manhã de terça feira partilharam não só o meu guarda chuva como a chuvada que resultou de não cabermos debaixo dele, este poema ( que adoro) da Maria Gabriela Llansol:


Eu estava habituada a vir para casa com um velho amigo
Que me punha a mão nos ombros. Eu raramente tropeçava
Porque dele irradiava o calor das macieiras e a paz das
Tílias. Era a árvore dos meus passos. E, regressando a casa,
Regressava à Paisagem que humana me fazia.

Maria Gabriela Llansol

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