15.1.08

No mínimo, estranho...

Um investigador da Universidade Fernando Pessoa no Porto, Freitas-Magalhães, concluiu que os bebés entre os quatro e oito meses são incapazes de distinguir "emoções básicas" como a alegria e a cólera. Esta conclusão é no mínimo estranha e no máximo perigosa se ficar sem resposta.

Como se pode ignorar assim mais de um século de psicologia e de psicanálise? Como se pode ignorar também as mais recentes teses das neurociências que vão no mesmo sentido do que a psicanálise vem dizendo desde o início do século sobre os afectos, a relação precoce e todo o desenvolvimento humano?

O investigador chega a esta estranha conclusão após exibir, no artificialismo da situação experimental, fotografias supostamente contendo "emoções básicas" a 40 meninos e meninas.

Estranho é também que este senhor vá receber um prémio por esta investigação inédita!

Ai tanta cegueira experimental!

Notícia do Público de 14 de Janeiro

4 comentários:

Anónimo disse...

Minha Senhora,
Nota-se que desconhece, por completo, os estudos científicos sobre a temática. Há estudos internacionais que apontam no mesmo sentido. Qual o espanto? Só porque foi feito por um português? è claro que o estudo com bebés portuguese é inédito! E, depois, antes de comentar... porque não perguntar a quem fezo estudo como o mesmo foi feito... e mais: Há tanta coisa sobre os afectos e as emoções que a senhora não conhece...
Se fosse um estudo feito por um cientista de Havard ou Cambridge, era o máximo, excelente... assim com foi feito por um português... Precisa de resposta... Aguarda-se, então, a su resposta... científica!!!!!

Anónimo disse...

Ah, quanto ao Prémio, o investigador não vai recebê-lo - já o recebeu em 2007. Devia estar melhor informada! Ou seja, este estudo já não contou pra esse prémio. Quando a senhora receber um igual, diga!

Adriana Curado disse...

Caro anónimo,
porquê tanta cólera?

Apenas comentei o que veio publicado no Jornal Público e tive o cuidado de o referir. Não conheço o estudo em profundidade e vou aguardar com esperança que mo envie.

E não fique com a sensação que a crítica se prende com a nacionalidade do investigador, porque em nenhuma parte do meu texto há qualquer indício disso.

A troca de ideias e discussão são bem vindas neste blogue e por isso sinta-se à vontade para expôr as suas ideias.

Anónimo disse...

aconselha-se uma investigação acerca da verdade científica, e também, porque não, sobre a(s) palavra(s) (ex)-(peri)-(mental). um pouco de estudo acerca das nossas limitações, a finitude e imperfeição das nossas faculdades, quando tentamos entrar na cabeça dos outros. as crianças merecem um pouco mais que isso.