9.7.07

Lares para surdos

Não sei especificar o canal de televisão nem o dia em que pude ver esta reportagem sobre a surdez , a cegueira e as estruturas existentes em Portugal para a A.P.S. ( Associação Portuguesa de Surdos) e para a A.C.A.PO. ( Associação de Cegos e Amblíopes Portugueses). Mas fiquei mais desperta para alguns entraves que não parecem ter justificação e que constituem verdadeiros pesadelos para as pessoas que possuem estes handicaps.
Um deles, descrito pela técnica de serviço social da A.P.S. , Dora Fernandes, é a inexistência de um lar para surdos em Portugal. Como e com quem comunicar quando não existe a possibilidade de chegar à fala com os que nos rodeiam? Não será já demasiado violenta a transição para a terceira idade, a separação dos amigos e familiares, a adaptação à vida em contexto institucional, a formatação das rotinas, o sentimento de que há uma série de coisas que ficaram irremediavelmente para trás?
Neste momento, a A.P.S. bate-se pela criação de alas para surdos em alguns lares. Não sendo a solução ideal, seria pelo menos a possibilidade de não deixar estas pessoas à mercê de um isolamento tão brutal quanto escusado, já que comunicar, criar laços, continuar a interagir com o meio que nos rodeia deveria ser um direito inalienável.
É preciso estarmos mais atentos. E exigirmos.

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