A partir das palavras Winnicott em “O Espaço Potencial”, fiz este poema. Cortado o texto em pedaços (à tesourada mesmo, quadradinhos pequeninos), ficando as palavras dispersas, desgarradas umas das outras, deu nisto. Podemos começar a pensar em cortar textos de Freud ou do Bion mesmo e ver no que dá. Alguém quer experimentar?
O poeta
ao mesmo tempo, ele próprio
a criança
investe à grande no jogo
sem noção
toma lugar
cria sentido
ele próprio como se a oposição
à sua volta
séria e ilusória
ele próprio é
criador
sem propósito
é expressão ou tradução
numa longa brincadeira
passa da maturação
é processo e conteúdo
separa
articula
e reconhece.
O poeta, ele próprio
ao mesmo tempo cria espaço
entre o eu e não-eu.
O brincar é soberano…
Aproveito para vos convidar a aparecerem na Feira Social e da Saúde, em Aveiro, onde a Associação Oficinas Sem Mestre estará representada, entre os dias 5 e 7 de Dezembro, no novo parque de feiras.
3 comentários:
Eu alinho, claro!
Ficou lindo.
Boa, essa técnica de cortar os textos aos bocados, ou até aproveitar jornais e depois juntar e formar textos foi criada nos anos 60 e chamada de Cut Up. É uma técnica muito curiosa, o americano que a difundiu ficou admirado quando criou um cut up que falava de um desastre de avião que acabou por acontecer mesmo. São assim as avarias do destino. abraço de aço
Esqueci-me de dizer que o poema ficou muito bom!
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